quarta-feira, 22 de julho de 2009

Guerras Secretas


Guerras Secretas concentra em si grande parte dos defeitos e acertos que fazem dos quadrinhos de super-herói a gigantesca indústria que adoramos. (leia a nossa coluna no UHQ sobre o Vício na leitura de super-heróis)

Pra começar trata-se de um encontro de todos os grandes heróis da Casa das Ideias. Apesar da Marvel ter se baseado praticamente toda em Nova York e os seus heróis frequentemente se encontrarem esse é o primeiro grande evento onde todos os grupos e heróis independentes se reúnem e, da mesma forma, há uma reunião de super-vilões nunca vista antes. É o confronto entre o bem o e o mal elevado à proporções gigantescas.

Até o que parece um argumento forçado – uma entidade cósmica sequestra os personagens para participar dessa história – se torna algo bacaca pois ganha tônus de experiência social. Alguém querendo entender como funciona o comportamento dos ditos “mocinhos” e dos “bandidos”.

No meio disso uma grande sacada, Magneto, eterno antagonista dos X-Men é colocado do lado dos heróis, consolidando sua posição dúbia.

No lado dos vilões vemos o Homem Molecular, um personagem de imenso poder mas que é muito pouco utilizado pelos roteiristas.

Além da história em si que é divertida, cheia de reviravoltas a série gera reflexos que mudam a vida de alguns personagens, como é o caso do Homem-Aranha. Nessa história que Peter Parker encontra o famigerado simbionte que se transformará no uniforme negro e, posteriormente, no Venom. Outros heróis que são afetados em menor escala são o Coisa e a Mulher-Hulk. O primeiro decide ficar no planeta criado pelo Beyonder e a segunda assume o seu lugar no Quarteto Fantástico.

Para o leitor tudo isso era um grande deslumbre, uma novidade na época – grandes sagas, reuniões de heróis – é claro que por trás de tudo isso tinha o interesse financeiro da editora que lançou a série para projetar mundial uma nova coleção de bonecos. Essa situação muito, mas muito mais grave aqui no Brasil. Para acompanhar o lançamento dos brinquedos pela Gulliver a Ed. Abril (que publicava a Marvel na época com 2 ou mais anos de defasagem em relação aos EUA) mutilou a história alterando personagens, passagens inteiras e até alguns detalhes no final. Nos só fomos conhecer a versão integral da história muitos anos depois em republicações.

Mesmo assim, Guerras Secretas não deixa de ser um marco nas minhas lembranças sobre quadrinhos de super-heróis e, cumpriu sua função – pelo menos no meu caso – de me levar de um leitor apenas de Homem-Aranha para outros títulos, para conhecer mais personagens na expectativa de outros grandes encontros como aquele.

3 comentários:

  1. É quase impossível descrever algumas sensações pelas quais passamos em tempos passados. Na ápoca que saiu GS eu estava colecionando quadrinhos mais ou menos por um ano. Era uma novidade espetacular para aquela época, as discussões e comentários entre os fanboys da idade média (os pré-históricos são da época da EBAL) eram empolgantes. Mas nada como o tempo para melhorar ou estragar algumas coisas, muitas das coisas que foram criadas naquela época e que tinham o frescor da novidade, acabaram por ser revisitadas tantas vezes e por tanto tempo que perderam totalmente a graça. De qualquer forma, Guerras Secretas e Crise nas Infinitas Terras são ótimas HQ's porém são responsáveis diretas pelas sagas da temporada que vemos atualmente.

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  2. Pra mim tb, Zé, pra Mim tb.

    Essa série foi memorável, eu adorei quando li.

    abraço.

    Cassius

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  3. Já vi gente falando mal dessa história, dizendo que o Dr. Destino se destaca demais. Pô, é óbvio, pelo menos pra mim, que o Dr. Destino é o grande protagonista dessa série. Não sei exatamente onde isso enfraquece a narrativa.

    Grande HQ. Releio sempre, desde os meus 13-14 anos... e aí vão mais de 20 anos!

    Abraço!

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