quarta-feira, 25 de junho de 2014

Prophecy - o que eu falo quando falo que um mangá é bom

Quando a JBC lançou Prophecy todos os meus amigos começaram a comentar o quanto era legal. Como eu tenho lido relativamente pouco quadrinho (teve uma época que eu lia uns 70% do que saia, mas também eram tempos diferentes) eu sempre me pauto nisso que acaba chamando a atenção de várias pessoas diferentes então fui atrás desse mangá. 

Cada vez mais tenho gostado de mangá por motivos diversos: a arte preto e branco muito bem executada, as histórias com começo meio e fim, a narrativa gráfica ágil e todo aspecto cultural japonês que é bem exótico e curioso. 

É claro que há de se fazer diversas concessões quando se lê mangá. Eu defino a maioria dos mangás como "ocos" em termos de roteiro. Muitos deles simulam algo muito inteligente, simulam uma discussão muito filosófica, mas se você ler uma entrevista com os autores fica claro que isso é mais técnica de "contar bem uma história" do que uma qualidade real. Os japoneses são tão bom em contar histórias que nos iludem a pensar que os mangás deles são mais do que realmente são. 

Por isso que eu falo em concessão. Você tem que ver que a maioria dos mangás que saem aqui são para moleques e meninas japoneses, só que por diversas questões culturais eles chegam aqui taxados como algo para "Maiores de 18". Veja bem, não é porque a editora tem essa obrigação de taxar dessa forma no Brasil que esses títulos tem o estofo real para uma pessoa mais madura. Eles continuam sendo leituras para moleques na faixa dos 14 anos e olhe lá. 

Dito isso, quando eu falo bem de um mangá não quero dizer que ele é tem uma profundidade imensa que explodiu minha mente com tantos sub-textos e sim que ele é muito bem executado e muito muito divertido. Quem começa a encontrar camadas e camadas e fazer uma super análise do mangá acaba perdendo o ponto que é simples: o mangá tem que ser bem feito e ser divertido.

E Prophecy é isso, muito bem feito, muito divertido. É um mangá extremamente atual, incita uma discussão muito interessante sobre a internet, seus limites e o comportamento das pessoas nesses mundo virtual, o bullying em vários níveis, inclusive o cyberbullying.

É claro que cabem as ressalvas, a discussão por parte de quem lê pode ser um imensa viagem e se isso for divertido pra você, ótimo, mas não deixe essa viagem filosófica pautar o seu divertimento, porque na real, toda politização pode estar muito na sua cabeça e pouco na real meta do autor: entreter.

Enfim, eu recomendo muito Prophecy, é uma história curta (três edições, já está na segunda, então mês que vem já vemos o final - olha que perfeito isso), a narrativa te prende, é aquele jogo de polícia e "bandido" (coloquei aspas aqui porque o diferencial do mangá é essa questão moral sobre as motivações e as ações do criminoso que precisa ser pego pela força tarefa de elite da polícia - sempre é uma força de elite =p), é bem tenso e muito divertido. 

Se você tiver que escolher uma revista pra ler nesse mês e no próximo e o que você quer é relaxar e se divertir, escolha Prophecy.

SERVIÇO:
(eu detesto escrever sinopse, então peguei essa do site ja JBC com as imagens)
Sinopse: O mais novo “viral” do famoso portal de postagem de vídeos são os vídeos de um misterioso homem que usa máscara de jornal e que anuncia os delitos que cometerá em um futuro próximo. Quando a polícia se dá conta de que os crimes estão realmente sendo cometidos conforme anunciados, o departamento anti-crimes cibernéticos entra em ação para desmascarar o criminoso e deter futuros anúncios! Abrem-se as cortinas da peça que retrata o terrorismo em tempos que a informação transborda todas as barreiras da sociedade!

Mangá em 3 volumes, 13,90 cada com 220 páginas em média, venda em bancas e lojas especializadas





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