quarta-feira, 30 de julho de 2014

Eu receberia as piores notícias de seus lindos lábios

Tenho que confessar que era meio ignorante em relação a Marçal Aquino. Apesar de ser um nome já bem rodado eu facilmente colocaria ele entre a nova geração de escritores brasileiros por pura ignorância. 

Me surpreendi bastante quando descobri que ele já está com 56 anos e que ele escreveu vários livros juvenis da coleção Vaga-lume da Ática (que formou vários leitores da minha faixa etária, veja esse aqui, por exemplo).

A cena literária atual brasileira (veja bem que esse é um ponto de vista bem particular meu e que minha única participação nesse nicho é leitor/consumidor) é bem bizarra. Tem uma série de escritores "celebrados", mas que parecem ser inflados por algo artificial. Não se tem um grande mercado leitor no Brasil e qualquer meia dúzia de livros vendidos por um autor publicado por uma editora "grande" é divulgado com se fosse meio milhão de cópias.

Isso acaba dando um certo desânimo e desorientação no leitor. Você não sabe se esse ou aquele escritor é realmente bom, se é algo realmente interessante que está sendo publicado ou se é algo que foi inflado pra parecer muito mais do que é. 

Por conta disso eu tento pelo menos ler um livro de cada um desses autores festejados pra ver se são do meu gosto. 

Volta e meia encontrou um que eu gosto bastante e outros que são é que bons, mas que eu acredito que não me surpreenderiam tanto em outros livros. 

Marçal Aquino está nessa categoria dos que são bons, mas que não me chamou atenção ao ponto de falar: tenho que ler tudo que ele escreveu e escreverá. 

Eu receberia as piores notícias de seus lindos lábios é um livro cinematográfico, tem cara de filme nacional - tanto que virou filme, eu ainda não vi, mas está na minha lista pela curiosidade de ver a versão de carne e osso de Lavínia e Cauby - não sei se isso é mérito ou demérito, na real. O que dá a ele cara de um filme nacional é: tem muito sexo, se passa em um lugar isolado e de certa forma exótico no Brasil, tem um personagem "outsider" nesse lugar, e tem crítica a  religiosidade, política e pequenez mental do rincões do país. 

Uma das coisas que eu pensei lendo esse livro é que ele seria uma leitura ótima para as mulheres que leram e gostaram de 50 Tons de Cinza. E veja que eu não falo isso como desmerecimento nenhum, muito pelo contrário. É um livro que tem sexo, amor, paixão, ação e é muito bem escrito. 

Se você conhece alguém que leu 50 Tons de Cinza e gostou muito e está aberto a continuar lendo, Eu receberia... é uma maravilhosa porta de entrada para essa pessoa fazer a virada de uma leitura rasa para algo bem escrito e, quem sabe, passar a ler coisas bem feitas e não apenas fórmulas de sucesso. 

Não virei fã de Marçal Aquino, mas depois de ler Eu receberia... virei fã do livro e ele entrou para a minha lista de "livros presente". 

Compre aqui o livro e abaixo capa e sinopse oficial.


No momento em que narra os fatos de 'Eu receberia as piores notícias dos seus lindos lábios', o fotógrafo Cauby está convalescendo de um trauma numa pensão barata, numa cidade do Pará que algum tempo antes fora palco de uma corrida do ouro. Sua voz se propõe a ser impregnada da experiência de quem aprendeu as regras de sobrevivência no submundo - mas não é do ambiente hostil ao seu redor que ele está falando. O motivo de sua descida ao inferno é Lavínia, a misteriosa e sedutora mulher de Ernani, um pastor evangélico. A trajetória do fotógrafo vai sendo explicada por meio de pistas - a história de Chang, morto num escândalo de pedofilia; o mistério de Viktor Laurence, jornalista local que prepara uma vingança silenciosa; a vida de Ernani, que no passado tirou Lavínia das ruas e das drogas. Mesmo diante dos riscos, Cauby decide cumprir seu destino com o fatalismo dos personagens trágicos.


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