quarta-feira, 13 de maio de 2015

Zorra

Por acaso eu assisti o novo Zorra.

As pessoas tratam o humor como algo fácil, parece que fazer rir é trivial, mas não é. Eu acho o humor o que tem de mais difícil. Humor na TV aberta então é mais complicado ainda.

O antigo Zorra Total foi reformulado sob o comando do Marcius Mellen (o magro daquela dupla "Caras de Pau" que já faz sucesso há um tempo) e é sempre curioso ver o que tentam de novo - quando se tenta algo novo. 

Pra mim o "novo" Zorra não agradou simplesmente por não ter nada de novo. 

O humor da TV brasileira parece só ter dois modos: Humor de bordão (praça é nossa/ escolinhas diversas/ Zorra Total) e o Nonsense/Crítico (Monty Phyton/TV Pirata/Casseta e Planeta).

A sitcon não funciona no Brasil e o stand up fica maquiado como algo mais "estiloso" no formato talk show.

Zorra simplesmente transitou do bordão para o Monthy Phyton, o problema é que não apresentou nada de novo. O elenco é meio confuso, tem vários comediantes de bordão meio sem entender o que está rolando ali e um ou outro bom ator pegando bem a linha proposta. Mas o que mata mesmo são as piadas tão velhas, tão gastas que chegam a ser menos engraçadas que um bordão repetido semanalmente.

O programa tem a vantagem de uma agilidade imensa, cada quadro é bem curto e já salta para o próximo, não riu disso, tenta isso ou isso ou isso. Mas mesmo essa vantagem deixa o porém de faltar unidade/coesão no programa. 

Vendo o novo Zorra cheguei a conclusão que quem melhor resolveu o humor na TV brasileira foram os Trapalhões.

A trupe Didi, Dedé, Mussum, Zacarias tinha tudo certinho. Eles não faziam o humor de bordão, não eram personagens fixos, mas tinham características básicas que estavam em todos os personagens interpretados nos seus quadros criando uma coesão. 

Fora isso eles tinham um trabalho físico muito bom e um elemento meio circense equilibrado.

Os Trapalhões tinham o nonsense, tinham a plasticidade, a agilidade, um conteúdo popular, aquele era um modelo de humor que talvez fosse diferente e ainda assim extremamente funcional para o Brasil. 

Mas pelo menos tem gente tentando, quem sabe um dia alguém realmente encontra um jeito pessoal e funcional para a TV brasileira.

Ah, não acho o Porta dos Fundos a grande salvação do humor. Assisto quase todos os vídeos que eles postam, eles seguem a linha nonsense, alguns são engraçados, outros parecem uma piada interna que você não entende. Tem seus momentos, mas eu acho que eles parecem muito ansiosos para chocar as pessoas e conseguir cliques com um boca a boca levado tanto pelo amor quanto pelo ódio.




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