quinta-feira, 30 de julho de 2015

Sandman - Overture

Depois de ler Sandman não tinha achado tudo isso (leia mais sobre isso aqui), mas quis tentar esse novo título que a DC está publicando que é parte da história original e olha... me surpreendeu muito. 

O nível de Sandman - Overture é muito alto. Acho que não existe casamento melhor do que o Gaiman e o J.H. Williams III. Como esse artista é grandioso tanto na arte em si quanto na narrativa visual que está em um patamar acima de 90% do que é feito em quadrinhos.

O público já conhece o trabalho diferenciado de J.H. de Promethea, uma HQ que ele fez com Alan Moore, mas em Overture ele se superou muito. 

Todas as páginas da história são duplas e nenhuma tem o design tradicional de quadrinhos e nem mesmo uma estrutura se repete em outra página. 

A sensação de passagem de tempo, espaço e dimensões criada em Overture são surpreendentes. E veja, não é só o trabalho pouco convencional do artista que faz a história funcionar. o roteiro mais leve de texto desenvolveu conceitos complexos de tempo/espaço e realidade que permitiram que o cenário trabalhado por J.H. fosse totalmente incomum.

A história em si se passa antes (apesar desses conceito ser meio volátil) dos acontecimentos de Sandman e conta a história de um dos Vortex (entidade que aparece em Casa de Bonecas que passa começa a transformar os sonhos de todos a sua volta em um único grande sonho enlouquecedor) que Morpheus optou por não matar.

Para os fãs da série a história é imperdível, com várias referências, detalha melhor algumas questões da série original e até explica conceitos que eram quase premissas como quem são os pais dos Perpétuos. 

Eu me surpreendi muito, muito mesmo. São poucas as HQs que eu guardo em papel e essa, quando sair o encadernado americano comprarei e guardarei. 

A Panini vai publicar aqui no Brasil ainda esse ano em três volumes (leia sobre isso aqui no UHQ), mas, se o seu inglês for bom, recomendo muito comprar o original. De Sandman pra cá - provavelmente por causa dos livros que Gaiman transforma em audiobooks e faz sessões de leitura - o texto do roteirista ganhou uma cadência sutil mas quase poética. É um ritmo interessante que você sente na leitura dos balões que dificilmente vai ser reproduzido na tradução (é bem difícil manter algo tão delicado quando isso). Por isso, se puder, leia em inglês.







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