segunda-feira, 28 de abril de 2014

MPD PSYCHO

Comecei a ler esse mangá publicado pela Panini em 2009 - com certo atraso, ok, mas tá valendo, né?

O mangá é excelente, uma trama policial com ficção científica, serial killers e muito mais.

A história é uma viagem. Um organização secreta infiltrada nos EUA e no Japão controla secretamente a política desde o pós-guerra e tem um programa de manipulação genética que cria clones sobressalentes para figuras chaves, além de fazer estudos sobre personalidade e múltipla personalidade na tentativa de recriar um cantor mítico da trama da história: Lucy Monostone.

É bem confuso de explicar, mas vai por mim, é legal.

Um dos elementos que destacou muito a série foram as cenas explícitas. Várias cenas de nudismo (para manter a atenção da garotada, é claro) e muitas cenas de "resultado" de violência (corpos mutilados das formas mais inimagináveis).

Como o desenhista tem um traço muito realista e bem limpo, tudo isso fica mais chocante.

É impressionante a imaginação desses japoneses para essas histórias loucas cheias de perversão. A gente fica muito ligado nessas narrativas de serial killers americanos e mesmo nas teorias de conspirações deles que acha que aquilo é o máximo da loucura humana, mas o que os japoneses imaginam no quesito crueldade, conspiração governamental e outras coisas surpreende sempre.

E se você pensar que essas histórias são escritas para moleques (e muitas vezes por moleques) e aqui elas vem taxadas como para maiores de 18 anos, abre um questionamento grande sobre o nível de leitura, amadurecimento e compreensão que esse jovens japoneses tem e se a superproteção que o governo e pais fazem aqui tem alguma vantagem real.

Agora, na prática, esse prelúdio todo feito para deixar você animado para ler o mangá serve mais para expor um dos grandes fracassos da área de mangás da Panini.

A prática de banca da Panini é aquela mais tradicional: o mangá vai pra banca - e para algumas lojas especializadas - e logo em sequência ele é recolhido. Comprou comprou, não comprou dançou. Ás vezes você até acha na Comix, mas se esgotou na Comix, só com sorte em sebos.

Aí você pensa: beleza, é só acompanhar direitinho na banca que dará tudo certo -mas aí você tem que apostar no mangá antes de saber se realmente é bom, porque se quiser esperar lá pelo terceiro número para descobrir o mangá, dançou, não dá pra achar os primeiro.

Daí vem o segundo problema, eu apostei em MPD Psycho e a Panini publicou os números de 1 a 13 e o mangá só termina no 15.

Ou seja, um mangá de suspense, com uma história fechada, que o leitor vai até perto do fim e não pode saber o final.

Seria esse um caso isolado? Não, ele é a mesma coisa que Homunculus que a Panini publicou até o número 14 e deixou o leitor sem o final porque não publicou o único número que falta (eventualmente, depois de vários anos publicaram - esses dias aliás que saiu, pelo precinho camarada de 18,90 - só que daí... quem se interessa a essa altura). Foi a mesma coisa com Seton, (esse fracassou no numero um mesmo), com Otomen e Full Metal Panic Sigma e alguns outros que eu não lembro e não apareceram nas pesquisas superficiais.

Por isso, por melhor que seja o mangá que a Panini esteja publicando, não compre. Por que apostar em uma editora com essa tradição? O mangá lhe parece legal, baixe a versão pirata, hoje em dia é tão fácil e, se você for ver, é o que você será obrigado a fazer se perder um número na banca ou se a editora seguir a tradição de te levar até quase no final e te abandonar.

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