Calvin e Haroldo é tido por alguns como o último grande personagem das tiras de jornais (parte disso se explica pela decadência do jornal e uma suposta impossibilidade de uma nova tira atingir a universalidade de Calvin, Snoppy e outros)
Mas independente disso o que importa mesmo é que a qualidade das tiras produzidas pro Watterson era assombrosa. Recentemente vi o documentário Dear Mr. Watterson (o trailer está aí embaixo e o documentário pode ser visto no Netflix) e você tem um panorama muito interessante de um artista extremamente coerente.
Watterson foi um ativista da arte, defendia a valorização da classe, a produção de boas tiras de jornais e não caça-níqueis e, como parte da coerência artística, ele nunca permitiu que seus personagens se tornassem "mercadorias" (bichos de pelúcia e merchandising diversos) e durante sua carreira criticou muito os artistas da geração dele que faziam isso.
Ele tomou uma série de medidas para o que trabalho dele fosse mais importante do que ele em si. Não há fotos de Bill Watterson por aí. As entrevistas são raríssimas e ele se tornou um verdadeiro recluso depois que encerrou a tira. Outro mérito foi a extrema dignidade com que ele saiu de cena. Ele parou com a tira no auge em um momento que o espaço dos quadrinhos nos jornais era reduzido e a qualidade da arte passava a sofrer uma queda.
Imagino que todo mundo conheça Calvin, mas caso não conheça vale muito a pena. Todos os livros com as tiras foram publicado no Brasil.
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