segunda-feira, 28 de julho de 2014

Hotel mundo

Uma coisa que eu gosto muito quando leio livros é uma voz narrativa diferente. Particularmente eu gosto de vozes que possuem um toque de inocência e uma ausência de julgamento que dá uma aura de honestidade pra história. 

Quando eu terminei de ler No One Belongs Here More Than You da Miranda July (traduzido no Brasil em É claro que você sabe do que eu estou falando), que tem justamente essa qualidade maravilhosa da sinceridade, do olhar alheio as regras e convenções do mundo, eu lancei no twitter: "terminei de ler Miranda July e quero mais, onde eu consigo?"

Na época o Érico Assis me respondeu perguntando se eu conhecia Ali Smith e eu não conhecia. 

Comprei um e-book dela, o Hotel Mundo e ele ficou enclausurado no meu Kobo até semana passada. 

Ali Smith era justamente o que eu estava procurando na época e o que eu ainda procuro hoje. Tinha as qualidade daquela voz peculiar da Miranda July e estava um passo acima. Miranda é uma multi-artista, faz um pouco de tudo, o forte dela experimentar, então o livro de contos dela é ótimo, mas Ali Smith é efetivamente uma escritora e trabalha em um outro nível. Tem mais narrativa, constrói uma história mais complexa com grande poesia na linguagem. 

Em Hotel Mundo, Smith mostra a vida de diversos personagens que orbitam em torno de uma tragédia ocorrida dentro de um Hotel: a morte de uma garota que entrou em uma pequeno elevador de carga que se rompeu. 

Trabalhando em cada capítulo com personagens diferentes, com vozes diferentes, afetados de alguma forma por essa situação, Smith compõe um belíssimo livro sobre vidas a deriva. 

Vale muito a pena ler Hotel Mundo e se você não conhece Miranda July que eu citei, também é uma grande leitura.



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