sexta-feira, 1 de abril de 2011

A Bomba e o Beijo

Teatro, artes performáticas em geral, são algo extremamente efêmero, por isso eu acho legal que todos que vão a uma peça comentem de alguma forma o que viram. Não necessariamente para aumentar o público da peça, porque muitas vezes você pode ver uma peça na última semana e não ter a oportunidade de convencer ninguém a ter a mesma experiência. A ideia de comentar e registrar de alguma forma é ajudar a criar um corpo externo que sobreviva a temporada da montagem.

Tem algumas tentativas de filmar peças, mas certas coisas são irreproduzíveis no vídeo. Um bom exemplo é A Bomba e o Beijo.


Uma peça muito intimista, feita em uma sala pequena, só com uma fila de espectadores que ficam ali, junto com os atores. Essa sensação de proximidade, de estar dentro dos acontecimentos, é muito difícil de reproduzir em um filme, por exemplo.

A peça é montada pela Cia Gritos e Sussurro, com direção e texto de Zédú Neves.

A sinopse da peça é essa:

“Pedro e Sofia viveram um grande amor. Hoje separados, vemos Sofia apaixonada e vivendo com o terapeuta de Pedro. Este por sua vez, desiludido com tudo, constrói uma bomba e prepara-se para a explosão final.

Lorena, amiga de Sofia e, Renan, amigo de Pedro, formam um segundo casal, que busca e acredita na possibilidade das coisas darem certo.

A contagem regressiva prossegue, e o destino coloca todos: Pedro, Sofia, Beto (terapeuta), Lorena e Renan na mesma sala a minutos da explosão da bomba. É hora do acerto final, a hora da verdade, se é que existe uma... E Pedro diz:- "Os inocentes pagam pelos pecadores, e eu... Bem, eu duvido que existam inocentes!"”

Vale dizer que o texto é muito intenso e ao mesmo tempo engraçado e melancólico. A peça e cheia de referências muito legais um dos meus momentos preferidos são os atores Juliano Gubolin e Vitor Davied recitando de uma forma muito bem montada Vou-me Embora pra Pasárgada de Manuel Bandeira.

Outra sacada do diretor é um personagem que é um psiquiatra e que vê a peça junto com a platéia, como um observador externo. E, quando ele é “analisado”, outro personagem olha “de fora” os acontecimentos.

Se alguém tiver oportunidade em algum momento, veja a peça. Vale muito a pena.

3 comentários:

  1. Olá Oliboni!

    Poxa, bacana ver que nosso trabalho encontra eco em nosso público.
    Estamos guardando tudo que é falado de nós, e seu "testemunho"...rss...É muito bem vindo.
    Queria apenas corrigir duas informações no seu texto, se puder corrigí-las agradeço.
    Meu nome é Zédú Neves e não Guedes, e a cena que vc se refere é executada pelos atores Juliano Gubolin e Vitor Davied, e não pelo Ângelo, nesse caso ele é o psicólogo!

    Grato e um forte abraço

    Zédú Neves

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  2. Corrigido Zédú.

    Considerando o baixo orçamento, das peças que eu vi esse ano essa continua sendo a melhor e a mais intimista.

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  3. Obrigado Oliboni!
    Nosso espetáculo tem tido um ótimo retorno do público, pena que tá acabando a temporada, vamos ver se arranjamos outro espaço!

    abraço

    Zédú

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