quinta-feira, 5 de maio de 2011

A Lua vem da Ásia

Como já disse aqui, tento sempre ver as peças que estão no Centro Cultura Banco do Brasil e a peça da vez em são paulo é o monólogo A Lua vem da Ásia.

Interpretado por Chico Dias, o monólogo tenta transpor para o palco o texto surreal de Campos de Carvalho no livro homônimo.

Vale dizer que o texto é uma grande viagem, extremamente verborrágica, então qualquer tentativa de sinopse é superficial. A melhor forma de tentar sintetizar a experiência que eu consigo pensar é assim: se trata de um retrato de uma mente perturbada de tanta lucidez com que enxerga o mundo.

O trabalho de Chico Dias é assombroso. Além de uma performance física intensa, ele merece grande admiração por executar tão bem um texto frenético que dura praticamente duas horas.

Alguém mais espertinho poderia dizer: mas se é um texto surrealista, ele pode falar o que quiser que tudo bem.

A questão é que mesmo o caos tem a sua estética. A bela construção das frases ditas em velocidade assustadora não é algo que se pode tirar do chapéu de improviso. O texto é surreal, mas, ainda assim, é uma obra de arte trabalhada com afinco por alguém com muito domínio do texto.

E não pense que a peça é "só" um bom monólogo, é necessário dar o devido crédito ao cenário maravilhoso com um espetacular trabalho integrando projeções de vídeo na peça.

A primeira parte da peça é centrada em um cubo fechado com uma tela que permite a visão do que acontece dentro do cubo ao mesmo tempo que funciona como espaço para projeção de textos e outras imagens.

Não tem muito como explicar, mesmo o vídeo abaixo não dá a real dimensão do quanto é legal esse cenário e essa integração ao vivo.

Enfim, é uma peça impactante, muito bonita e intensa que merece ser assistida por todos que gostam de teatro.

(Ainda não li, mas é possível comprar o livro que deu origem a peça. Pelo texto visto na peça ele deve ser muito bom)

[youtube http://www.youtube.com/watch?v=mn5Mad-ZGY4]

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