quinta-feira, 26 de julho de 2012

Death Note

Faz tempo que eu tenho o Death Note completo em casa e nunca li. A série foi publicada no Brasil em 2009 pela JBC em 12 volumes, mais um 13º de extras e um livro com uma história a parte no universo de Death Note.

Vou replicar aqui a sinopse da série tirada do site da JBC para partir direto ao meu comentário:

Contada em 12 edições, a trama gira em torno de um caderno com poderes inimagináveis, que cai por acaso nas mãos do estudante Light Yagami. O rapaz logo percebe que, ao escrever ali o nome de qualquer pessoa que escolha, ela acaba morta!
Para a alegria de Ryuk, o Deus da Morte antigo dono do Death Note, não demora para Light passar a atuar como justiceiro, eliminando qualquer um que atrapalhe o bem-estar social. Tantas mortes misteriosas chamam a atenção da polícia de todas as partes do mundo. Para solucionar o caso, entra em cena o misterioso L. Conhecido como o maior detetive do mundo, ele começa a montar um imenso quebra-cabeça para capturar Kira – apelido pelo qual Light passa a ser chamado.

A grande questão é: seria Light um herói ou um assassino? Estaria ele fazendo um bem para o mundo ou estaria se tornando um criminoso como aqueles que eliminou?

Antes de mais nada preciso dizer que gostei bastante de ler a série. É uma história policial bem interessante, com uma premissa mística muito bacana e um desenho excelente. Por se tratar de uma série razoavelmente extensa é natural que tenha seus altos e baixos.

Eu considerei os volumes 9 e 10 muito ruins, principalmente se levar em conta o alto nível que a série tem desde o começo. Vale dizer que não achei que a história se perde como algumas pessoas dizem, ele se perde mesmo na técnica narrativa. Death Note é uma série com muito texto, muitas explicações dos raciocínios dos personagens, contudo nos vol. 9 e 10 a quantidade de texto é maior ainda. Praticamente nenhuma ação ocorre nessa fase e você fica acompanhando o raciocínio dos personagens, os movimentos que eles pretendem fazer e a análise de possíveis cenários.

No 11º vol. a série volta ao rumo e pega ritmo novamente com uma narrativa um pouco mais ágil, mas apenas no último volume que vemos realmente a história contada em um ritmo bacana e frenético, há, inclusive, um capítulo praticamente mudo que é super tenso. O final pode não ser espetacular, mas é bem coerente para o fechamento da história.

Há dois mitos que precisam ser desfeitos para não criar decepção ao ler a série: ela não é essa história genial que todo mundo fala e ela não é para leitores maiores de 18 anos.

Isso é bem esclarecido no volume 13 nas entrevistas com o autor. Mas antes de mais nada é preciso lembrar que a história foi publicada originalmente na Shonen Jump, uma revista semanal japonesa de mangás para garotos. Óbvio que a revista tem alguns leitores mais velhos e do sexo feminino, mas o público alvo dela são "moleques".

Tsugumi Ohba explica nas suas entrevistas que ele não fez o mangá para provocar discussões sobre bem e mal, vida e morte. Não tinha pretensões de fazer algo inteligente, algo virtuoso, ele fez uma revista de aventura policial com elementos sobrenaturais para garotos. É isso, Death Note só se propõe a ser uma história divertida e é!

Na edição nacional essa questão é bem grave. Por alguma questão de classificação governamental ou auto-censura, a JBC optou pelo selo de +18 como indicação etária para a revista, então teve que vendê-la como um produto mais inteligente do que é, para um público talvez um pouco mais maduro do que a revista se propõe.

Enfim, eu recomendo muito a leitura de Death Note, para todas as idades, mantendo em mente que é uma revista para se divertir, então não espere a maior história policial de todos os tempos. E, é claro, fica a ressalva que se a história fosse um pouco mais curta, talvez 10 edições em vez de 12, ou mesmo um pouco mais longa desde que se inserisse mais ação e deixasse a narração mais dinâmica.

Pra quem se interessar na Banca 2000 tem algumas edições, as faltantes provavelmente só em sebos.

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