terça-feira, 16 de setembro de 2014

O fim da videolocadora

Essa matéria do Estadão anunciou o fechamento da Home Video uma das últimas grandes videolocadoras de São Paulo. 

A Home Video ficava em Higienópolis (bairro muito nobre de São Paulo), sobreviveu mais que a maioria das locadoras porque se especializou em filmes clássicos e filmes arte. 

Existe mais uma locadora nessa linha em São Paulo, a 2001, na Av. Paulista, e imagino que o relógio para o fim dela bate cada vez mais rápido. 

 A videolocadora é um ramo que está praticamente extinto. 

Não existem mais grandes redes (a Blockbuster fechou no Brasil e foi comprada pelas Americanas que se interessava unicamente nos pontos de venda). Os pequenos não tem a menor condição de sobreviver. O custo para aquisição de um filme é alto e para o negócio se sustentar o preço da locação fica em torno de R$ 5 a R$ 10, enquanto os filmes pirateados sem por R$2 (e procurando na cidade tem pirata até de filme arte, ou especializado em filmes japoneses etc)

Isso sem contar que o hábito de consumo mudou. 

E, na real, o custo para se acompanhar filmes seria impraticável se tudo não tivesse mudado. 

O cinema atingiu um preço que só é acessível (e com ressalvas) para estudantes e idosos beneficiados pela meia-entrada. A compra de DVD ou Blu-Rays, também é cara e como toda a coleção demanda espaço. A locação além de cara, burocrática, desapareceu. 

Como alternativa a tudo isso surgiu a transmissão de arquivos pela internet. 

Hoje você tem acesso a quase tudo em versões piratas fáceis de encontrar na internet (você não precisa pagar nenhum camelô), muita coisa, inclusive, legendada por pessoas que se dispõe a legendar tudo gratuitamente.

O Netflix e outros serviços de streaming surgiram em um preço bem favorável - um valor baixo, justo, que você se dispõe a pagar só pra não ter o trabalho de baixar os filmes.

Eu tenho que confessar que sempre detestei as locadora. Cada vez que você ia na locadora e pegava um filme você teria que pagar por ele, fosse bom ou não, você gostasse ou não. Antigamente também não se tinha acesso a tantas resenhas, tanta informação. Eu ficava horas na locadora lendo sinopses e escolhendo com medo de ficar preso com um filme ruim. 

Quando assinei a NetMovies, um serviço que, por um valor fixo, me permitia assistir quantos filmes eu quisesse e eles eram entregues e retirados em casa, minha vida realmente mudou nesse sentido. Eu pagava um valor justo (barato na real) e tinha a liberdade de arriscar. Se eu pegasse um filme ruim, não perdia nada por isso. Se eu quisesse parar de ver o filme no meio, não perdia nada, no dia seguinte podia receber mais outros filmes. 

Isso me permitiu arriscar, me permitiu não ter medo de ver filmes ruins. 

Hoje eu uso muito a NetFlix e baixo versões piratas do que não está na NetFlix.

Sei que as locadoras tinham seus fãs, seus próprietários, seus funcionários, mas pra mim é algo que já vai tarde. Umas das coisas que me deixa feliz de viver nos dias em que vivemos é que o acesso a tudo não está mais enclausurado em uma loja, não está fixo em um horário e não te estrangula com os preços. 

Pra refletir, vale a pena ver o Rebobine Por Favor, que mostra a primeira "morte" das videolocadoras.




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