quinta-feira, 13 de novembro de 2014

O Pintassilgo

Eu passei os últimos 40 dias consumido por esse livro da Donna Tartt, O Pintassilgo. Foram mais de 40 horas de leitura pra terminar essa história incrivelmente bem escrita.

Na prática, o que me levou a ler o livro foi o fato dele ter ganho o Pulitzer de ficção e a distribuição ostensiva da Cia. das Letras que, por um bom tempo, entulhou todas as ilhas de destaques das livrarias com cópias da edição. Comecei a ler sem saber nada sobre a história, meio desconfiado, achando que não seria tudo isso, mais pela curiosidade de o quê a crítica americana está elogiando nos dias de hoje. 

Teve um momento logo no começo do livro, em que acontece uma explosão na linha ataque terrorista e eu pensei: putz, mais um livro sobre o 11 de Setembro, se for mais um livro sobre o 11 de setembro, eu paro agora. 

Felizmente não era, e digo esse felizmente com muita honestidade porque àquela altura eu já tinha me apegado ao livro e não conseguiria parar.

O livro é narrado por Theo Decker e transita por praticamente toda a vida dele que foi dramaticamente ligada a um quadro de Carel Fabritius chamado O Pintassilgo (o quadro está abaixo).

Fabritius é um pintor holandês bem obscuro, poucas de suas pinturas sobreviveram e essa em particular é um quadro pequeno e diferente dos quadros mais lembrados da história da arte. 

Eu prefiro não entrar muito no mérito da história do livro porque é uma história linda, delicada, cheia de reviravoltas que será melhor aproveitada se você souber o mínimo possível sobre ela. 

Eu posso dizer que O Pintassilgo me tocou muito. Ele tem uma força emocional gigante e uma narrativa que te mantém tenso e preso a ela do começo ao fim (e é uma longa jornada de quase 800 páginas).

Vale dizer que é um romance americano e tradicionalmente eles trabalham muito com a descrição e o uma riqueza de vocabulário. 

Isso torna o livro longo, denso e aflitivo, porque muitas vezes você quer saber, não, você precisa saber o que vai acontecer naquele exato momento, mas o livro tem seu ritmo e essa tensão faz parte da experiência de lê-lo. 

Eu nem sei como recomendar mais esse livro. Posso dizer que foi o melhor livro que eu li esse ano, sem dúvida alguma. Posso dizer que várias vezes eu tive que parar de ler o livro pra poder digerir e sentir o impacto de tudo aquilo que aconteceu. E que não importa quantas horas levou, valeu muito a pena ler O pintassilgo.

Fecho com uma citação do livro: "...é uma glória e um privilégio amar algo que a morte não toca."

P.S.: eu li a versão original do livro, em inglês, então não posso garantir ou mesmo dizer nada sobre tradução que eu espero que seja minimamente boa.

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