quinta-feira, 16 de abril de 2015

Como eu consumo cultura

Eu falo de muitas coisas que eu leio e assisto aqui então eu queria deixar claro de onde tudo isso vem. 

Vamos dividir um pouco as áreas começando pelo cinema e a TV.

Eu não assino TV a cabo, não tenho essas pacotes completos com tudo etc. Eu acho a TV a cabo algo absurdamente caro e - salvo para quem gosta de assistir eventos esportivos ou para quem gosta de "brisar" mudando de canal e assistir programas aleatórios - de certa forma meio bobo.

Com a TV a cabo você fica preso nos horários de programação - por mais que a TV repita muito seus programas - você tem que assistir aos comerciais, enfim é tudo muito complexo.

Eu sou um grande entusiasta do modelo da Netflix. Uma assinatura com um preço mensal barato, ilimitado e sem horário.

"Ah, não tem tudo no acervo da Netflix"; "Ah, demora para um filme/série entrar na netflix". Concordo e há de se convir que todo serviço tem seus limites. Não tem tudo, paciência, o que tem na netflix eu assisto lá com muita facilidade. O que não tem eu baixo. 

Sim, aí está o outro braço de muita coisa que eu consumo, eu baixo filmes e séries piratas. Os estúdios que quiserem meu dinheiro podem receber sua parte na netflix, os que não querem participar dessa brincadeira, bem hoje em dia qualquer um consegue baixar um filme ou uma série, procurar as legendas e assistir. 

Então o que eu tenho "pressa" para ver ou o que eu sei que não faz parte do acervo da netflix, eu assisto pirata. 

Vou ao cinema também, tem épocas que eu vou mais, tem épocas que eu vou só em filmes que eu acho que merecem uma tela maior que a de casa. Eu iria bem mais ao cinema se não fosse tão caro. Em são paulo uma sessão de cinema pode chegar na casa dos 60 reais por cabeça e flutua na média de 25/30. Infelizmente esses preços são impraticáveis e me motivam cada vez menos a ir no cinema. 

Se o filme pode ser médio, se eu não sei se vou gostar, não vou pagar tudo isso para ver. Mas quando é algo que eu imagino que seja grandioso - Vingadores, por exemplo - eu faço questão de ir e até ir no IMAX.

Agora os quadrinhos. Os "scans" - versões piratas de quadrinhos - já existem há um bom tempo, mas quando surgiram os tablets eles passaram a fazer muito sentido na minha vida. Hoje em dia eu voltei a ler quadrinhos por conta do tablet e sim, a maior parte das coisas que eu leio são piratas. É muito fácil achar uma série para baixar, é mais fácil até do que encontrá-la dentro da sua coleção e, mesmo sem entrar no mérito do valor, é mais fácil do que entrar em um aplicativo que vende quadrinhos digitais e comprá-la. 

Se você sabe ler em inglês, tudo é muito tranquilo. Então eu baixo arcos de super-heróis, séries famosas que eu nunca li e vou lendo e deletando. 

Tem um ou outro embrião de "netflix" dos quadrinhos, mas enquanto não tiver uma que embarque Marvel, DC, Image, Dark Horse e independentes, não me interessa. Fora que o que se tem hoje ainda está com um preço um tanto alto. 

Eu compro quadrinhos? Sim, uma coisa ou outra eu compro, principalmente mangás, um ou outro álbum que eu gosto muito. Mas nas revistas mensais minha única exceção tem sido o Miracleman. Ah, vale dizer que quase tudo do que eu compro - principalmente os mangás - eu leio e passo para frente. Não vejo mais sentido nas vastas coleções de papel. 

Nos livros eu sigo meio que a mesma linha dos quadrinhos. O ereader, no meu caso o Kobo, mudou minha vida. A maior parte das coisas que eu leio, eu leio no kobo. Ainda tenho muita coisa em papel que eu ganho ou que eu acumulei ao longo do tempo e uma ou outra coisa que eu gosto muito e compro para guardar. Mas no geral, o livro de papel eu já leio pensando em alguém para quem eu possa passar o livro depois que eu terminar.

Dos ebooks eu até compro bastante coisa. No geral eu acho os e-books ainda muito caros, eu acredito que um e-book não deveria passar dos 10 reais, mas no brasil o preço desses arquivos é tão alto que ou estimulam a pessoa a comprar o de papel ou a baixar pirata. E é surpreendente como tem uma grande disponibilidade de livros piratas por aí. Eu mesmo já baixei tanta edição nacional de um dos principais sites do gênero que quase enchi o Kobo.

Sobre música eu não tenho muito o que falar porque nunca fui um ávido consumidor, mas eu gosto do modelo do spotify de assinatura mensal barata e grande acervo. Tem outros sites que fazem esse serviço de graça, mas acho o modelo do spotify bem bacana.

Enfim, eu não quero com isso provocar nenhuma comoção, não quero entrar na seara de "e como se sustenta a indústria cultural se você se recusa a pagar por ela". Eu não tenho a solução, realmente eu não sei a resposta e nem se há uma resposta simples. 

Eu leio, consumo cultura e divulgo e hoje é desse jeito que o faço. Mas há poucos anos atrás não existia netflix ou tablets ou ereaders, então não posso dizer como será o futuro, mesmo daqui a um ano. 





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