terça-feira, 7 de abril de 2015

Invincible

De tempos em tempos eu gosto de tirar o atraso dessa HQ incrível que é Invincible.

A HQ me conquistou logo no primeiro álbum que eu li na época que a editora HQM estreou com duas séries do então quase desconhecido Robert Kirkman.

Uma era Invencível e outra Mortos-Vivos. Para o meu azar sou um daqueles poucos que não gostam de Walking Dead, que foi justamente a série que sobreviveu no Brasil. E a minha favorita, que é o Invencível, foi enterrada. 

Por sorte nos dias de hoje é tão fácil ler quadrinhos gringos que raramente você precisa depender das edições nacionais. Então prossegui acompanhando a série ao longo desses 13 anos e quase 120 edições do personagem. 

Duas coisas me encantaram de cara no herói, o desenho e a coletânea infinita de clichês do gênero.

Invincible é uma homenagem/reflexo/síntese/estudo de caso do gênero dos super-heróis americanos. Ele obviamente começa olhando para trás e criando histórias com conceitos há muito trabalhadas e logo passa a olhar para o presente e replicar na revista do personagem situações atuais, como colocar um Invencível negro logo depois do Homem-Aranha Ultimate virar negro.

A série tem cenas divertidas, cenas maravilhosas, tramas longas e bem desenvolvidas e tudo isso com um dinamismo e uma agilidade narrativa muito atual.

Ao longo do tempo, não é só o herói Mark Grayson que tem sua trajetória trabalhada, toda a galeria de coadjuvantes tem um desenvolvimento imenso. Até personagens aparentemente bobos como o Dinossauro - que é um Hulk às avessas, um garoto que quando fica entediado se transforma em um dinossauro superinteligente - evoluem muito e ganham grande importância na trama contínua do personagem. 

Atualmente o personagem Robô, um misto de Ciborgue e Tony Stark, que é um coadjuvante desde os primeiros números, ganha uma trama muito bem pensada e passa a ter uma importância gigante no universo de Invencível. 

E por ser um título contido em uma única revista mensal (teve um ou outro especial e 12 edições de Invincible Universe, mas o que importa mesmo está na mensal), as tramas paralelas são trabalhadas aos poucos até virarem a trama principal do momento.

Fora que é aquela HQ despretensiosa. Explica mais ou menos tudo, mas não obsessa.  Explica o que é necessário, mas não encana com o que é inexplicável, porque, vamos combinar, tudo ali é completa ficção.

O melhor é que tudo isso é feito com um desenho e uma narrativa visual maravilhosos, um traço muito dinâmico, com uma estilização na medida para limpar o desenho e ainda manter a estrutura característica do traço de super-herói.

Um estilo que começou com Cory Walker e depois foi sucedido por Ryan Ottley, que casa perfeitamente com a proposta da história e dá vida as grandes sequências de ação que tornam essa HQ tão divertida. Vale um destaque para as cenas de luta no que se trata da violência delas. Por usar personagens muito poderosos - num nível próximo ao Superman - as lutas são intensas, cheias de sangue e ferimentos cruéis que deixam os personagens por meses em recuperação na edições seguintes.

Se você souber inglês e tiver a oportunidade, leia Invincible, ela é a HQ que eu busco para matar meu desejo de ler supers e renovar a fé que o gênero ainda tem muito para oferecer.






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