Depois de ler 100 Balas até o final eu decidi finalmente terminar Sandman.
Eu já tentei ler Sandman uma vez até o fim e não consegui. Sei que tem muitos fãs fervorosos e tal, mas eu vou tentar me explicar.
Primeiro que eu sou um cara que gosta mais dos desenhos do que dos roteiros. Tanto que eu me identifico muito com o nome de um grupo do facebook chamado "Não Leio - só vejo as figurinhas".
E assim, pelo menos até onde eu li Sandman eu só vi desenhos de médio para ruim até algum pavorosos. Coloquei alguns abaixo para dar uma ideia de como tudo é meio sem critério e extremamente datado visualmente.
Um adendo, as capas de Sandman, todas, são lindas. Cada capa é uma pequena obra de arte que infelizmente não corresponde em nada ao conteúdo.
Dito isso já dá pra começar a entender porque eu não gosto tanto de Sandman. Pergunte para qualquer um o que ele gosta em Sandman e a resposta sempre vai ser o roteiro do Neil Gaiman. Raramente alguém vai lembrar de um nome de desenhista - as histórias extras que vieram depois da série mensal tem sim artistas bons, mas estamos falando aqui do centro de tudo.
Agora vamos ao roteiro. A primeira vez que eu li Sandman eu parei em Dream Country que é álbum que junta umas histórias soltas que todo mundo ama - inclusive a história dos gatos. Toda vez que eu pegava isso pra ler eu cochilava. Impressionante como foi difícil pra mim ler aquilo. Tanto que eu desisti.
Pra voltar eu tive que retomar até mais ou menos o começo. Prelúdios e Noturnos eu lembrava bem, que foi o primeiro arco e eu gostei apesar do desenho. Já Doll House, relendo agora eu até gostei bastante da história, mas é um teste interessante porque eu sei que eu já li mas eu não lembrava de nada. Foi realmente como ler pela primeira vez, isso diz muito sobre o quanto Sandman não me marcou.
Dream Country eu lembrava bem por ter achado infinitamente chato, então pude pular, Agora estou na estação das Brumas, que eu acho que já li em algum momento da vida mas não lembro mais.
Olha, até aqui eu posso dizer que Sandman tem muita coisa legal na história. Pode ser que no final, com tudo amarradinho como todo mundo diz que é, com tudo certinho, pode ser que sobre a memória afetiva de algo "genial". Mas se você analisar friamente, é uma história um pouquinho mais elaborada e um pouquinho mais reflexiva para adolescentes que tem uma aura de algo muito "inteligente" e "profundo", mas que não é tudo isso.
Eu sei que todo mundo ama o Neil Gaiman e o Allan Moore, mas assim, o Gaiman eu realmente prefiro nos livros. Eu adoro ler, leio muitos livros, mas eu detesto quadrinhos verborrágicos. E Gaiman e Moore são exatamente isso, são caras que querem aparecer mais do que o desenho, eles não se contentam em ser a pessoa que falou "aqui nesse quadro você desenha isso" - até porque eu entendo que a maioria das pessoas pensa que o desenhista fez tudo e o roteirista só preencheu os balões, o que é uma bobagem imensa. Até hoje um gosto de que eu me arrependo é ter sido fã do Bendis, o cara que trouxe o recordatório de volta como figura quase obrigatória.
Bom, dessa vez eu vou até o final e depois eu volto nesse assunto.
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